“Todos ficam sujos de sangue e há sempre alguém que morre.”
Este é o lema de Danton.
Filho de dois poderosos feiticeiros, inimigos de séculos, a existência de Danton é apenas mais um golpe de guerra entre os pais.
Criado e aperfeiçoado por Amauri e Goulart, é temido por todos, incluindo os próprios.
Em Lisboa, uma misteriosa Caixa detém um poder que a família Santa-Bárbara guarda há gerações.
Isadora é a última descendente de uma linhagem de Paladinos, herdeira solitária de um império cultural e um legado que desconhece. Ela e o tio, Garrett, são tudo o que resta para proteger este grande segredo.
Mas Danton está decidido que é chegada a hora do poder da Caixa lhe pertencer, e as vidas dos Santa-Bárbara vão alterar-se para sempre.
Feitiçaria, magia, segredos e uma história de amor inesquecível, percorrem alguns dos lugares mais conhecidos de Lisboa e a zona mais sinistra de Paris.
O passado colide com o presente e tudo acontece… mas não como todos esperam.
Eu nem sei bem como escrever esta opinião, mas aqui vai ;)
Tive conhecimento deste livro quando ele foi publicado pela Marcador, e desde que li pela primeira vez a sua sinopse que sabia que tinha de o ler. Antes de lhe deitar a mão, segui bastantes criticas e opiniões de outros leitores ao livro, pelo que é natural ter criado as minhas expectativas e posso, com sinceridade, dizer que não desiludiu.
Vou começar pela capa, que adorei *-*, e pela sinopse que cativou. Estes dois elementos de um livro nunca podem ser deixados ao acaso, pois são o primeiro contacto que eu, como leitora, vou estabelecer com o livro. A capa para mim salta à vista e identifica-se muito bem com a história que nos é contada; a sinopse tem tudo o que eu gosto: mistério, conflito e romance (que mais posso eu pedir?). Depois há a questão do nº de páginas: se por um lado um livro grande não me assusta, muito pelo contrário adoro livros grandes bem conseguidos, por outro, quando tem tão grande nº de páginas tem a responsabilidade de não enrolar a história e de contar o essencial sem se perder na dimensão e na quantidade de palavras.
Dito isto, ADOREI o livro! Desde o primeiro capítulo, na última frase do mesmo, fiquei curiosa (e eu acho a curiosidade maravilhosa). A Liliana apresenta-nos uma história de magia, conflitos seculares e promete uma história de amor e cumpre. Temos uma história em que acompanhamos o presente e o passado, em que nada é deixado ao acaso e em que algumas pontas são deixadas soltas (o que apenas espicaça a vontade de saber mais).
Não quero de todo correr o risco de colocar aqui spoilers a torto e a direito, por isso vou apenas dizer que é uma história bem conseguida, coerente, com uma escrita viciante e nada aborrecida. Avançamos com capítulos rápidos onde o presente se intercala com o passado e onde Lisboa e Paris dançam nas mesmas páginas. Este é outro ponto que me fez sentir orgulhosa: a acção principal em solo nacional (não houve aquela tendência de fugir para o estrangeiro) e acho que o ambiente mais negro de Paris complementou muito bem a história sem abafar de todo a nossa capital.
Se efectivamente gostei (e muito) da história, parte deve-se às personagens deste Inverno de Sombras. Numa palavra? Maravilhosas. Credíveis, com personalidades distintas e variadas, com confrontos de língua afiada e discursos coerentes e com os quais me consegui identificar, são um ponto alto em todas as páginas do volume. Isadora e Andrea são personagens, cada uma com a sua personalidade forte e em quase tudo opostas, com as trocas de comentários e conversas sentidas, nenhuma com uma vida propriamente fácil e ambas com mais do que a primeira impressão dá a entender, que gostei muito de conhecer. Danton com um desenvolvimento enorme desde o primeiro momento em que o conhecemos até ao momento em que damos por terminada a leitura, é uma personagem fascinante e ,devo admitir (mais uma vez) que o género "bad boy" é sempre algo que me agrada, cujo passado achei bastante original (dentro daquilo que é o herói torturado). Gostaria de saber mais sobre Amauri e Goulart, sobre o próprio passado de Danton e sobre Andrea e Claude (que me parecem ter ainda muito que contar). Gostei muito da história da Anne e do Garret (adorei este último) e devo admitir que me senti mesmo triste com a sua história. Senti grande empatia com todas as personagens e mesmo Gigi adorei odiá-la.
Não me prolongo muito mais, vou apenas destacar a minha vontade de ler "Fantasmas de Pedra" e de saber mais um bocadinho sobre este mundo bem imaginado e que me deixou orgulhosa da escrita e produção nacional!
Resta-me aguardar uma oportunidade de reler O Diabo dos Anjos, que agora se chama Encontro em Itália, e recomendar vivamente a quem ainda não conhece o trabalho da Liliana que o faça brevemente porque não se vão arrepender. Eu sei que não o fiz! :DD
Beijinhos & Boas Leituras
Mafs