"Os seus olhos espelhavam a revolta do mar. Era marinheiro. Conhecia todos os portos que o mar criara em terra, tinha soltado amarras em todos eles e, no entanto, nunca largara a âncora. Nunca descobrira em terra a casa que o mar se tornara para o seu coração imprevisível. Nunca ficara mais de meses na mesma cidade portuária. Nunca regressara em definitivo ao lugar que o vira nascer. A incerteza em que se tornara a sua vida não era mais do que um reflexo da instabilidade das ondas que enrolavam na costa, batendo nos pontiagudos penhascos, dilacerando a terra que procurava imiscuir-se no seu espaço. Era com o vento no rosto e sal nos lábios, com os cabelos revoltos e os pingos de chuva marinha que a sua alma rejubilava. Cada passo que dava na direcção de um navio era mais um pedaço de vida que o seu espírito absorvia. Cada batida das ondas no casco da embarcação assinalava a batida do seu próprio coração. As velas que o vento embalava eram parte do sonho de muitos. Permitiam aos homens do mar o voo de uma vida. Eram as asas que incendiavam a vontade de chegar mais longe, que incentivavam a procura por mais."
Isto é algo que acabei de escrever inspirada numa belíssima música da TUM - Tuna Universitária do Minho - que por acaso é onde estudo :)
Apaixonei-me completamente por ela e não posso deixar de a partilhar por aqui. Acho sinceramente que há algo de mágico tanto na melodia como na letra. Excelente para relaxar e inspirar (pelo menos para mim foi).
As tunas são maravilhosas e se me permitem, a da minha estimada universidade é mesmo muito boa :D
Bjinhos e bom fim-de-semana!!!!
Mafs
Nenhum comentário:
Postar um comentário