terça-feira, 29 de maio de 2012

Confusão...

Confusão. É este o nevoeiro que me tolda o espírito nestas horas tardias da noite. Não consigo compreender. Por mais que a minha cabeça volte a este ponto da minha vida, continua difícil de entender, de perceber o que se passa na minha alma e, principalmente, o que se passa na dele. Num momento sou ignorada para no instante seguinte estar quente e aconchegada nos seus braços. Braços esses que me fazem sentir em porto seguro, longe da tempestade que se abate quando estou afastada dele. As dúvidas preenchem o meu pensamento, fazem-me revirar nos sonhos e dispersam a minha atenção. Magoei o orgulho dele ao hesitar no instante em que algo mais poderia ter acontecido? Estou agora a ter mais uma oportunidade? Ou está ele a dar-me a provar na mesma moeda? Como é que eu, uma alma insegura até ao âmago do meu ser, posso acreditar que alguém como ele poderia olhar para mim desse modo? Porque somos tão diferentes, tão opostos em tantos aspectos. Ele é frontal e directo, é bom a discutir e tem uma cabeça dura como ninguém que eu tenha conhecido. Eu não. Se puder fugir a uma discussão, evito-a; não sou uma criatura social contrariamente a ele. Gosto de ficar em casa e ele gosta de sair. Nunca me embebedei, ele não passa uma semana sem o fazer. Dou por mim a pensar nestas coisas, a fazer comparações com coisas que não podem ser comparadas.
Há quem diga que os opostos se atraem e completam. Não sei se acredito nisso. Se a situação fosse um filme eu estaria em euforia porque saberia qual o fim daquela história. Saberia que acabariam juntos por serem tão diferentes, por serem o yin e o yang. Mas a realidade às vezes tem a sua própria maneira de desfazer os nossos sonhos, as nossas esperanças.



O texto acima é da minha autoria :) pertencea uma das minhas muitas histórias começadas e fadadas a nunca estarem realmente escritas...enfim...espero que gostem... (estava a sentir-me melancólica quando o escrevi)

Bjinhos
Mafs

Mulher Portuguesa

A Mulher Portuguesa Tem um Bocado de Pena dos HomensA mulher portuguesa não é só Fada do Lar, como Bruxa do Ar, Senhora do Mar e Menina Absolutamente Impossível de Domar. É melhor que o Homem Português, não por ser mulher, mas por ser mais portuguesa. Trabalha mais, sabe mais, quer mais e pode mais. Faz tudo mais à excepção de poucas actividades de discutível contribuição nacional (beber e comer de mais, ir ao futebol, etc). Portugal (i.e., os homens portugueses) pagam-lhe este serviço, pagando-lhes menos, ou até nada. 

O pior defeito do Homem português é achar-se melhor e mais capaz que a Mulher. A maior qualidade da Mulher Portuguesa é não ligar nada a essas crassas generalizações, sabendo perfeitamente que não é verdade. Eis a primeira grande diferença: o Português liga muito à dicotomia Homem/Mulher; a Portuguesa não. O Português diz «O Homem isto, enquanto a Mulher aquilo». A Portuguesa diz «Depende». A única distinção que faz a Mulher Portuguesa é dizer, regra geral, que gosta mais dos homens do que das mulheres. E, como gostos não se discutem, é essa a única generalização indiscutível. 

A Mulher Portuguesa é o oposto do que o Homem Português pensa. Também nesta frase se confirma a ideia de que o Homem pensa e a Mulher é, o Homem acha e a Mulher julga, o Homem racionaliza e a Mulher raciocina. E mais: mesmo esta distinção básica é feita porque este artigo não foi escrito por uma Mulher. 

Porque é que aquilo que o Homem pensa que a Mulher é, é o oposto daquilo que a Mulher é, se cada Homem conhece de perto pelo menos uma Mulher? Porque o Português, para mal dele, julga sempre que a Mulher «dele» é diferente de todas as outras mulheres (um pouco como também acha, e faz gala disso, que ele é igual a todos os homens). A Mulher dele é selvagem mas as outras são mansas. A Mulher dele é fogo, ciúme, argúcia, domínio, cuidado. As outras são todas mais tépidas, parvas, galinhas, boazinhas, compreensíveis. 

Ora a Mulher Portuguesa é tudo menos «compreensiva». Ou por outra: compreende, compreende perfeitamente, mas não aceita. Se perdoa é porque começa a menosprezar, a perder as ilusões, e a paciência. Para ela, a reacção mais violenta não é a raiva nem o ódio – é a indiferença. Se não se vinga não é por ser «boazinha» – é porque acha que não vale a pena. 

A Mulher Portuguesa, sobretudo, atura o Homem. E o Homem, casca grossa, não compreende o vexame enorme que é ser aturado, juntamente com as crianças, o clima e os animais domésticos. Aturar alguém é o mesmo que dizer «coitadinho, ele não passa disto…» No fundo não é mais do que um acto de compaixão. A Mulher Portuguesa tem um bocado de pena dos Homens. E nisto, convenhamos, tem um bocado de razão. 

O que safa o Homem, para além da pena, é a Mulher achar-lhe uma certa graça. A Mulher não pensa que este achar-graça é uma expressão superior da sua sensibilidade – pelo contrário, diverte-se com a ideia de ser oriundo de uma baixeza instintiva e pré-civilizacional, mas engraçada. Considera que aquilo que a leva a gostar de um Homem é uma fraqueza, um fenómeno puramente neuro-vegetativo ou para-simpático – enfim, pulsões alegres ou tristemente irresistíveis, sem qualquer valor.

E chegamos a outra característica importante. É que a Mulher Portuguesa, se pudesse cingir-se ao domínio da sua inteligência e mais pura vontade, nunca se meteria com Homem nenhum. Para quê? Se já sabe o que o Homem é? Aliás, não fossem certas questões desprezíveis da Natureza, passa muito bem sem os homens. No fundo encara-os como um fumador inveterado encara os cigarros: «Eu não devia, mas.. » E, como assim é, e não há nada a fazer, fuma-os alegremente com a atitude sã e filosófica do «Que se lixe». 
Homens, em contrapartida, não podiam ser mais dependentes. Esta dependência, este ar desastrado e carente que nos está na cara, também vai fomentando alguma compaixão da parte das mulheres. A Mulher Portuguesa também atura o Homem porque acha que «ele sozinho, coitado; não se governava». O ditado «Quem manda na casa é ela, quem manda nela sou eu» é uma expressão da vacuidade do machismo português. A Mulher governa realmente o que é preciso governar, enquanto o homem, por abstracção ou inutilidade, se contenta com a aparência idiota de «mandar» nela. Mas ninguém manda nela. Quando muito, ela deixa que ele retenha a impressão de mandar. Porque ele, coitado, liga muito a essas coisas. Porque ele vive atormentado pelo terror que seria os amigos verificarem que ele, na realidade, não só na rua como em casa não «manda» absolutamente nada. «Mandar» é como «enviar» – é preciso ter algo para mandar e algo ao qual mandar. Esses algos são as mulheres que fazem. 

O Homem é apenas alguém armado em carteiro. É o carteiro que está convencido que escreveu as cartas todas que diariamente entrega. A Mulher é a remetente e a destinatária que lhe alimenta essa ilusão, porque também não lhe faz diferença absolutamente nenhuma. Abre a porta de casa e diz «Muito obrigada». É quase uma questão de educação. 

A imagem da «Mulher Portuguesa» que os homens portugueses fabricaram é apenas uma imagem da mulher com a qual eles realmente seriam capazes de se sentirem superiores. Uma galinha. Que dizer de um homem que é domador de galinhas, porque os outros animais lhe metem medo? 
Na realidade, A Mulher Portuguesa é uma leoa que, por força das circunstâncias, sabe imitar a voz das galinhas, porque o rugir dela mete medo ao parceiro. Quando perdem a paciência, ou se cansam, cuidado. A Mulher portuguesa zangada não é o «Agarrem-me senão eu mato-o» dos homens: agarra mesmo, e mata mesmo. Se a Padeira de Aljubarrota fosse padeiro, é provável que se pusesse antes a envenenar os pães e ir servi-los aos castelhanos, em vez de sair porta fora com a pá na mão. 

Miguel Esteves Cardoso, in ' A Causa das Coisas '

domingo, 27 de maio de 2012

Pensamento/Frase da Semana (11)

O Caminho da Vida
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.
A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)Charles Chaplin

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Braga Romana

Caros bloggers, venho anunciar e convidar todos os que queiram e disponham de tempo para virem visitar a minha cidade natal: Braga, também conhecida como a Roma Portuguesa e a Cidade dos Arcebispos. Esta semana, até domingo dia 27 de Maio, decorre na cidade a Braga Romana, uma feira que retrata a Roma antiga, trazendo petiscos, artesanato e doçaria. À noite as ruas são preenchidas por espectáculos de gladiadores, actuações de bailarinos e muitas mais animações.
Garanto a todos que é uma experiência que vale a pena.
Peço ainda também que não se esqueçam de visitar a barraquinha do Clã 1, do agrupamento 0001 da Sé de Braga que está situada junto ao jardim de Stª Bárbara, na rua Eça de Queirós.

http://www.bragaromana.com/upload/ficheiros/BragaRomana2012.pdf


Bjinhos
Mafs

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Pensamento/Frase da Semana (10)

« E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre. » de Miguel Sousa Tavares.


Será mesmo assim? Gosto de pensar que não,no entanto a frase faz-nos pensar...


Bjs 
Mafs

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Desejos Literários (2)

Ora bem, amanhã, dia 11de Maio vão sair dois livros de que eu já estava À espera à alguns meses (não muitos). São eles o Luz e Sombras, da Anne Bishop e O Baile dos Deuses, da Nora Roberts.
 Juntamente com estes dois volumes estou também interessada em adquirir o volume O Caçador de Sonhos, da Sherrilyn Kenyon. Duas outras séries que me despertaram muito a atenção foi uma saga do Paul Hoffman, cujo primeiro volume se intitula O Braço Esquerdo de Deus e uma nova série, a série Acácia, de David Anthony Durham.


E vocês? Algum livro a que andem a fazer olhinhos? :)
                                      Bjs
                                      Mafs

Jackson Rathbone

Bem, eu tinha de por isto aqui. São umas fotos que acho incrivelmente sexy!!! Deliciem-se!!!





Bjinhos
Mafs