terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O meu livro de Natal

Como estamos em tempo de crise, e ela não me passa ao lado, recebi, agora pelo Natal, o livrinho que tenho mais vontade de ler no momento :), o À Solta na Noite, da minha estimada autora Sherrilyn Kenyon. Tenho, no entanto, o que considero um grande problema: não tenho tempo para me dedicar à leitura como fazia nos anos anteriores - I'm so sad :( - o que significa que este querido livrinho que acabou de chegar à minha mãozinha sedenta vai ficar na prateleira a olhar para mim e a "fazer olhinhos". E agora surge um enorme dilema: devo ler o livro já? a minha consciência diz-me que não e, lá no fundo, sei que não o devo fazer, caso contrário já só o largo quando o tiver acabado, o que implica deixar de lado todos os trabalhinhos (e acreditem que digo trabalhinhos com ironia) que tenho ainda para fazer. Mas eu quero tanto ler!!!! É das coisas que mais sinto saudades, mas pronto... eu estou a ver é a minha lista de Verão (já de si interminável) a aumentar desalmadamente e vou ficar, como sempre, com mais de metade dela por ler...
Vejam só pus-me para aqui a desabafar e acabei por fugir ao tópico eheheh...
Bem, sem mais nada para dizer de momento resta-me despedir-me
Bjs
Maff G.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Brisa de Amor

       "Já ouvi o amor ser comparado a um fogo, mas essa comparação está errada. Quando tocamos numa chama afastamo-nos. A dor é rápida e súbita e depois desaparece.
O amor é como o gelo. Apodera-se de nós sorrateiramente, penetrando no nosso corpo de forma furtiva, desfazendo as nossas defesas, encontrando os recantos mais escondidos da nossa carne. Não é como calor ou dor ou ardor, mas antes como um entorpecimento interior, como se o nosso coração estivesse a solidificar, a transformar-nos numa pedra. O amor aperta-nos com uma força capaz de partir rochas ou estilhaçar o casco de barcos. O amor consegue levantar lajes do pavimento, desfazer mármore, fazer mirrar as folhas nas árvores.
Eu amava-a e, nunca a poderia ter.”

 A rainha dos gelados de Anthony Capella

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Desejos Literários

Vou à falência!!! Estive ainda agora num dos fóruns da editora Saída de Emergência (uma das minhas preferidas) e vi as datas de lançamentos de alguns livrinhos que me deixaram sedenta. Vou, por isso, começar a publicar os livros que desejo ler e que sairão apenas no ano de 2012, caso contrário nunca sairia daqui (acreditem que tenho uma lista de assustar).

Os meus "escolhidos" para inaugurar a lista de 2012 são:
          - O Lado Negro da Lua, de Sherrilyn Kenyon; (este sai já em Janeiro!!!)
          - A cruz de Morrigan, de Nora Roberts; (sai em Fevereiro, mas vou esperar para ver se consigo alguma promoção ou feira do livro - estou em pulgas para ler esta trilogia ^^)
          - Highlander, para além do nevoeiro, de Karen Marie Moning;
          - Dream Hunter, de Sherrilyn Kenyon; (finalmente um livro sobre os predadores do sonho! estou muito curiosa a respeito deles)
          - A Dança dos Deuses, de Nora Roberts; (este como é o segundo também deve ter de esperar um bocadinho para ser adquirido -.-, mas pronto...)

Provavelmente daqui a pouco tempo volto a publicar mais alguns desejos literários para o ano que se aproxima, ou não seria eu completamente viciada em LIVROS)

          Votos de boas leituras ( e comprinhas de Natal ^^)
         Maff G.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Life


It is often said that before you die your life passes before your eyes. It is in fact true. It's called living.”  Terry Pratchett

sábado, 10 de dezembro de 2011

É bem verdade

"It's easy to look at people and make quick judgments about them, their present and their past, but you'd be amazed at the pain and tears a single smile hides. What a person shows to the world is only one tiny facet of the iceberg hidden from sight. And more often then not, it's lined with cracks and scars that go all the way to the foundation of their soul."      Sherrilyn Kenyon (Acheron)

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Luz e Escuridão

“Light thinks it travels faster than anything but it is wrong. No matter how fast light travels, it finds the darkness has always got there first, and is waiting for it.” - Terry Pratchett

A definição de bem e mal, tudo o que é dito sobre luz e escuridão é muito relativo. Em todas as histórias que nos foram contadas quando éramos crianças o Bem triunfava sobre o Mal, derrotando e eliminando as trevas do mundo. Mas será que é realmente assim? Será que o "mal" de que tanta gente fala é passível de ser derrotado?  Não serão as chamadas Trevas algo que, tal como a Luz, necessita de existir no mundo para que este seja equilibrado?
A luz nada é sem as sombras que pontuam a terra. As sombras só existem devido à presença de luz. Como devemos então encarar esta dualidade? Os opostos atraem-se e completam-se, são as duas faces da mesma moeda,  os pratos que equilibram a balança. Estes conceitos que tanto se aplicam ao mundo podem também relacionar-se connosco, humanos. Fazem parte da nossa natureza, na minha opinião, estas duas metades que se equilibram. Por muito que alguém o negue, não temos todos nós, ainda que um dos lados possa estar mais presente do que o outro, os dois lados da moeda? Cada um de nós tem em si uma parte "boa" e uma parte "má" cabe, no entanto, a nós próprios a decisão de dar valor a um dos lados mais do que ao outro. Aí reside, para mim, a essência "boa" ou má" de alguém. Reside na escolha que cada um de nós faz, na opção que seleccionamos e procuramos seguir como caminho de vida.
Deixo-vos este meu pensamento para ponderar. Acho sinceramente que é um assunto deveras interessante e que nos remete para diversos pontos na vida de todos nós.

Votos de um bom feriado (aproveitem bem!!!)


Maff G.

sábado, 26 de novembro de 2011

Para pensar...


"O sorriso é a manifestação dos lábios, quando os olhos encontram o que o coração procura.
          Patrícia Oliveira 

 

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Maldição

Viste-me quando mais ninguém olhou para mim. Olhaste de relance quando passaste por mim em frente ao palácio para onde te dirigias. Transmitias a confiança da realeza, aquele porte altivo e de sangue azul, mas olhaste para baixo, olhaste para onde estavam os pobres, os desgraçados que vivem um dia de cada vez tentando juntar os fragmentos daquilo que foram. Olhaste para o sítio onde me encontrava, com a minha irmã nos braços, e os teus olhos negros apoderaram-se dos meus. Tivemos, depois disso, dias felizes, dias em que ficámos a conhecer-nos e o que era atracção passou, gradualmente, a uma paixão abrasadora, a um amor inigualável. Não o fizeste de propósito, mas a partir desse dia fatídico, infeliz de tantas maneiras, marcaste o caminho que percorro. Condenaste a minha alma, o meu coração a deambular sozinho pelo mundo, dolorosamente só. Ao olhar para mim passaste-me parte da maldição que carregavas sobre os ombros. Acabaste por trazer a desgraça do meu ser e tudo porque, no tempo de uma batida do meu coração, o enfeitiçaste e ficaste deslumbrado. Não consigo entender que partida cruel pregou o destino ao juntar-nos na mesma rua empedrada, no mesmo dia chuvoso. A partir desse momento de magia poderosa, magia essa que aprendi a respeitar e que ainda hoje receio, ficámos ligados para a eternidade sem, no entanto, podermos estar realmente juntos. Tornávamo-nos imateriais quando estávamos perto, fantasmas incorpóreos que tentavam alcançar algo vezes sem conta nunca o conseguindo. É tão doloroso e solitário este fardo que partilhamos sem nunca partilhar realmente.
Não sabes como odeio amar-te, como odeio não poder estar contigo, ver-te mas nunca te poder tocar. São tantos os sentimentos que emergem de mim quando recordo aquele dia. Sinto ainda o bater desenfreado do coração que os teus olhos provocaram, sinto a atracção inexplicável que me atingiu qual rajada de vento de tempestade. Ao mesmo tempo sinto-me a desaparecer, a deixar-me cair aos poucos no vazio da solidão, da dor, do desespero. Já nem a minha irmã consegue consolar o rio que escorre do meu peito. É tão difícil acreditar ainda na tua palavra, porque tu prometeste que arranjarias maneira de quebrar a sombra que paira sobre nós, mas a esperança que no início tranquilizava o meu espírito desvanece um pouco mais a cada dia. Vai-se varrendo com o doloroso passar dos anos. Porque tu sabes que já vivemos mais do que o que devíamos, esta maldição que sobre nós recaiu permite-nos uma vida excruciantemente longa, uma vida, como antes referi, que apenas torna mais insuportável o que de si é já inconcebível. Quem sabe a morte não será a solução. A derradeira prova àquilo que o amor pode suportar. Imagino que quando isso acontecer, entraremos de mãos dadas, finalmente juntos, no paraíso, num lugar que será para sempre só nosso, onde poderemos por fim viver o que nos foi negado, viver finalmente! O fim será para nós o início, ou melhor, a continuação de algo que ficou em suspensão no tempo.

Bjs
Maff G.
(o texto acima apresentado é da minha autoria)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Levado pelo Mar - 1º Volume da saga Baía de Chesapeak

Levado pelo Mar conta a história de três irmãos, Cameron, Ethan e Philip, antigos jovens delinquentes adoptados por Raymond e Stella Quinn. Os irmãos são tão diferentes uns dos outros quanto é possível, mas têm em comum um imenso amor pelo casal que os adoptou e criou. Agora, adultos e por conta própria, têm de voltar à casa da família para honrar o último pedido do pai...
Campeão de corridas de barcos, Cameron Quinn viajou pelo mundo esbanjando as suas vitórias em champanhe e mulheres. Mas quando na hora da morte o pai o chama para cuidar de Seth, um jovem problemático como ele já fora um dia, a sua vida dá uma reviravolta. Depois de anos de independência, Cameron tem de reaprender a viver com os irmãos, enquanto luta para cozinhar, limpar e cuidar de um rapaz complicado.
Antigas rivalidades e novos ressentimentos despertam entre os irmãos, mas tudo terão de fazer para que Seth não saia prejudicado. Pois no final, será uma assistente social que decidirá o destino de Seth e, tão dura quanto bonita, ela tem o poder de unir os Quinn... ou de os separar para sempre.


    Nora Roberts apresenta-nos a inesquecível saga da Baía de Chesapeak e, na minha opinião, não o podia fazer com melhor livro. Temos, presente neste livro como ponto de destaque, e em toda a série, tal como a autora nos habituou, a família, os valores familiares que esta autora tanto preza. Sobre que é este romance? Poder-se-ia dizer que, assim como outros livros de Nora Roberts, existe também neste volume uma hitória de amor como ponto central (e realmente assim o é), no entanto penso que este livro vai mais longe um bocadinho, dando especial ênfase às relações familiares, sempre caracterizadas pelo amor, que nos dá a conhecer.
    Começamos a entrar na história conhecendo Cameron Quinn, o mais velho dos irmãos Quinn. Cam é um homem mulherengo, impetuoso e muito impulsivo que ganha a vida fazendo corridas de carros, veleiros, tudo o que tenha grande velocidade. É nesse meio luxuoso que estabelecemos um primeiro contacto com esta personagem; é, porém, num meio mais calmo que ficamos a conhecer a sua verdadeira essência e observamos o seu desenvolvimento. A vida de Cam dá uma volta de 360º (acreditem que fica completamente virada do avesso), quando recebe a notícia de que o seu pai está no hospital e quer encontrar-se com Cam e os seus dois irmãos, Ethan e Phillip. Aqui sim começa a parte interessante do romance. O seu pai, que ficou conhecido por adoptar crianças problemáticas tinha feito, por assim dixer, uma nova aquisição, um rapazinho de dez anos chamado Seth. No seu leito de morte o pai entrega aos cuidados dos filhos o pequeno rapaz, que estes vão assumir como irmão mais novo.
    Isto é para mim o ponto mais interessante desta narrativa, o amor que estes três homens adultos acabam por sentir por um rapaz perdido, tal como em tempos também eles o foram. Imaginem três homens adultos, bem parecidos, irmãos de coração mas que não podiam ser mais distintos em todos os sentidos, homens que já não viviam juntos há muitos anos, mudarem completamente as suas vidas para criar um rapaz que nada lhes devia dizer. Não morando juntos há tanto tempo e com personalidades divergentes e chocantes, estes três irmãos voltam a morar todos juntos na casa da familia para poderem proporcionar a Seth uma vida boa.
    Falando agora particularmente de Cam, podem imaginar a situação em que ele se viu metido. Alguém que era campeão de corridas internacionais passa, de um momento para o outro, a ama-seca de um rapazinho que em nada ajuda o seu relacionamento e, para melhorar a coisa, aparece uma assistente social (que vai interferir, de mais do que uma maneira, na vida destes quatro homens, especialmente na de Cam e Seth) que vai decidir o destino de Seth, tendo de tomar a decisão de deixar ou não a custódia do rapaz à guarda do irmãos.
    Não posso dizer muito mais sem me entusiasmar e começar a desbobiar tudo, posso apenas acrescentar que AMEI o livro, que me fez derreter toda por dentro quer pelos momentos românticos como pelos momentos fraternais que nos apresenta. Sem sombra de dúvida uma das melhores séries desta autora! Aconselho sem restrições a toda a gente que precisar de umas boas gargalhadas(acreditem que irmãos como aqueles quatro dão muito que fazer), de sentir a sensação do coração a derreter com momentos de pura doçura e romantismo. Deixem-se encantar pela paisagem costeira e abram as portas do vosso coração para acolher uma família muito especial...

Votos de boas leituras

Maff G.

sábado, 29 de outubro de 2011

Nós - poema

Sinto muitas saudades de “nós”…
Quando foi que tudo começou a mudar?
Coloco a mim mesma esta questão demasiadas vezes,
E de cada uma delas
Encontro uma resposta diferente.
E nem por isso mais esclarecedora.
Recordo, com saudade, os nossos momentos,
Aqueles em que éramos nós contra o mundo,
Aqueles em que eu ainda sabia quem era
E quem tu eras.
Nós éramos nós, e não havia ninguém para o mudar.

Quando foi que crescemos?
Quando foi que os nossos caminhos, que sempre tinham andado de mãos dadas,
Se começaram a desencontrar, a separar,
Até nada mais restar de nós senão lembranças?
Sobrando, junto com as memórias,
As cinzas de algo que, como a Fénix, se erguia sempre de novo,
Celebrando um novo ciclo, um recomeço.

Mas a última vez foi diferente.
Porque não nos voltámos a levantar, não erguemos o castelo depois da onda o abalar, o derrubar.
Não sei se por falta de vontade, se por falta da chama, do calor.
Contudo, independentemente do que poderíamos ainda ter sido,
Recordo com um sorriso nos lábios o que construímos,
Mas que o tempo levou, qual onda de destruição que desmorona um castelo de areia construído por crianças.
Talvez por essa razão não tenhamos sobrevivido,
Foram as mãos de duas crianças que se aventuraram num novo horizonte, algo desconhecido e excitante,
Que começaram a construir o que entre nós havia.
Depois deixámos o que existia nas mãos trémulas de dois adolescentes sonhadores.
Permitimos que deixassem o coração governar consoante os seus caprichos,
E fomos felizes.
Agora, dou por mim a procurar razões para não termos continuado,
E não as consigo encontrar.
No entanto, não encontro igualmente motivos para termos continuado.
Mas continuo a sentir-me saudosa e sem respostas às minhas interrogações.
Como já disse, tenho saudades de nós
E não sei quando começámos a ruir.
Foi, provavelmente, quando começámos a crescer e
Deixámos de ser as crianças e os adolescentes que fizeram de nós o que somos.
Não me arrependo do que vivemos, não me arrependo de termos acabado com o “nós”.
Mas sinto muitas saudades…

A Minha Escrita

A partir de hoje vou passar a publicar alguns textos da minha autoria. Aviso já que sou uma pessoa muito romântica e , como tal, os meus textos não podem deixar de ter um bocadinho de romance, apesar disso nem todos têm essa componente romântica ;)

Bjs
Maff G.

sábado, 1 de outubro de 2011

Três Metros Acima do Céu de Federico Moccia

Três Metros Acima do Céu é um romance apaixonante e retrata uma história de amor entre dois adolescentes oriundos de contextos sociais distintos, que se conhecem na esplendorosa cidade de Roma. A intensidade da relação manifesta-se logo no primeiro encontro quando Babi, uma atraente e simpática jovem de quinze anos, conhece Step, um rapaz um pouco mais velho, com um comportamento muitas vezes agressivo e reprovável, que exerce sobre ela um invulgar fascínio. Em breve estes dois mundos (aparentemente) incompatíveis tornam-se um só, e as juras de amor eterno passam a ser a grande força motriz. Porém, Babi nunca aceitou inteiramente as atitudes violentas do namorado, nem o mundo subversivo e decadente a que Step pertence, e a relação envereda por um caminho sinuoso e inesperado… Um livro comovente e inspirador, que venceu o Premio Letterario Nazionale Insula Romana, na categoria de literatura para jovens adultos, e o Premio Torre di Castruccio, na categoria de ficção (2004).

     Este é um romance que, como muitos outros, conta a história, aparentemente cliché, da rapariga bem comportada e boa aluna que se apaixona pelo rapaz rebelde e perigoso (e vice-versa), não fosse, na minha modesta opinião, um livro que vai mais fundo. São abordados neste livro temas como o amor adolescente, a traição familiar, a perda de alguém que nos é muito próximo, a amizade verdadeira e a reconstrução gradual de laços que se pensavam quebrados.
     Por um lado, quando nesta história se fala de amor, vemos dois mundos distintos que se começam a entrelaçar e a conviver. São-nos apresentadas duas personagens que não podiam ser mais diferentes e que, no entanto, cultivam uma relação profunda que tenta ultrapassar as divergências que resultam dos mundos sociais a que pertencem. Por outro lado vemos os esforços que cada uma das personagens pertencentes a esses mundos faz para se integrar no mundo oposto. Vemos em Babi, a protagonista, uma rapariga dedicada à escola, de uma classe social mais abastada, que se esforça por se integrar e interagir com os amigos de Step. Vemos, simultaneamente, as mudanças que Step se esforça por fazer no seu comportamento violento e agressivo, e tudo porque Babi desaprova muitas das suas atitudes.
     Apesar do romance se focar principalmente na história de Babi e Step, história esta sobre a qual nada mais vou desenvolver (aconselho vivament a sua leitura), temos, ainda envolvendo as personagens principais, o deteriorar das relações familiares de Babi, a percepção dos motivos de alguns dos comportamentos erráticos de Step e a sua reaproximação com o irmão. Observamos de perto o desenvolvimento do relacionamento de uma amiga de Babi com um amigo de Step. Vemos a maneira como Step lida com a perda do seu amigo mais próximo.
São todas estas situações que fazem deste livro algo de envolvente e que acabam por fazer com que a história perca o factor, por assim dizer, cliché.
     Esta obra leva-nos a um mundo bem real, não existe aqui aquela magia dos contos-de-fadas, dos finais felizes para sempre, aqui é-nos apresentado o mundo real com muita da sua injustiça e desilusão, mas o qual aconselho a leitura. Este livro é para quem quer uma história de amor envolvente que tanto nos deixa com um sorriso a bailar nos lábios como uma lágrima no canto do olho.
    
Bjs
Maff G.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Anel Oculto de Anne Bishop

   Depois de nos maravilhar com a Trilogia das Jóias Negras, a autora regressa ao mundo que a fez vencer o prémio Crawford Memorial Fantasy Award. Desta vez para nos contar a história de Jared, um Senhor da Guerra de jóia vermelha. Jared transgrediu todas as regras ao assassinar a sua rainha. Mas no reino dos Sangue, são poucos os
homens que podem sobreviver sem estar sob a vigilância de uma rainha. Conseguirá Jared enfrentar os seus próprios demónios e descobrir o significado de estar verdadeiramente ligado a uma Rainha?
Anel Oculto é um livro isolado, mas tem laços com os acontecimentos da trilogia — especialmente pela presença do inesquecível Daemon Sadi. O mundo de Bishop continua a ser gótico, sensualmente perigoso
e por vezes violento. Um prazer de leitura para os fãs, e uma excelente descoberta para os novos leitores que são apresentados a uma sociedade complexa, exigente, e carregada de personagens tão reais que arrepiam.



     Através de Anel Oculto regressamos ao mundo original de Anne Bishop. No entanto este romance remete-nos para um tempo anterior ao que nos é apresentado na trilogia das Jóias Negras. Mas, para deleite dos amantes da escrita de Anne Bishop, vemos regressar algumas das personagens memoráveis da trilogia primordial: Daemon Sadi e Dorothea.
     O que mais me encantou neste romance foi o facto de funcionar como uma espécie de anexo à trilogia, uma vez que a história que nos é contada é aquela que levou à elaboração do plano de Jaenelle para salvar os Sangue. Esta é a história de uma rainha cinzenta que conseguiu eliminar alguns adversários e, assim, manter o seu território a salvo das mãos de Dorothea, é o "relato" dos acontecimentos que levaram uma grande rainha de jóia cinzenta a confiar a sua vida e a vida de outros a um escravo de prazer. É sobre um homem que conquistou a sua liberdade e aprendeu o verdadeiro significado do serviço e lealdade a uma rainha, e que descobriu o peso e poder dos anéis ocultos (o dourado e o prateado).
     Neste ivro percebemos melhor (pelo menos eu percebi) o derradeiro plano composto por Jaenelle e Daemon para acabar com a corrupção dos Sangue. Entramos em algo que, de algum modo, levou ao desfecho da obra mais conhecida desta autora. Mas não é apenas o relembrar a trilogia que faz desta história algo fascinante. As suas personagens, tão ricas e, mais uma vez, humanas, são um ponto essencial para a magia deste romance. Temos Jared, o escravo sexual, que já atingiu o ponto de ruptura, alguém que perdeu a confiança nos antigos costumes e que se vê confrontado com alguém - Lia - que refuta tudo aquilo em que ele tem acreditado desde que se viu "sozinho" no mundo. Jared é levado a repensar o que julga saber e a retomar os ensinamentos que o pai lhe transmitiu. Vemos Lia amadurecer e passar de uma feiticeira de jóia verde com vontade de proteger tudo e todos, para uma verdadeira rainha de jóia cinzenta capaz de enfrentar a pior das situações. Temos depois Thera e Blayde, duas pessoas que sempre tiveram de se esconder, que nunca puderam ser eles próprios e que, finalmente, podem assumir quem são. Vemos ainda a alegria de viver de Thomas, um meio-Sangue rejeitado tanto pelos Sangue como pelos plebeus, mas que mostra uma enorme vontade de agradar, de servir e de se sentir útil.
     São todas estas personagens que fazem deste romance algo que dá gosto ler. É o regressar a um mundo já nosso conhecido e rever as personagens que nos marcaram e deixaram saudades. É vermos, uma vez mais, a esperança e o desejo ardente que habita em Daemon mas também a sua faceta oculta, calculista e arrepiante, o Sádico.
     Não há muito mais que possa dizer, ou melhor, há, mas aconselho vivamente a quem ainda não o leu que se tiver a oportunidade pegue no livro e entre num mundo onde a magia existe, não só através da Arte, mas que também passa através dos sentimentos e momentos partilhados pelas personagens.
  
     Despeço-me com votos de boas leituras
     Bjs
     Maff G.

domingo, 25 de setembro de 2011

Trilogia das Jóias Negras de Anne Bishop

 Há setecentos anos atrás, num mundo governado por mulheres e onde os homens são meros súbditos, uma Viúva Negra profetizou a chegada de uma Rainha na sua teia de sonhos e visões. Agora o Reino das Sombras prepara-se para a chegada dessa mulher, dessa Feiticeira que terá mais poder do que o próprio Senhor do Inferno. Mas a Rainha ainda é nova, passível de ser influenciada e corrompida.E quem controlar a Rainha controlará o mundo. Três homens poderosos — inimígos de sangue — sabem isso. Saetan, Lucivar e Daemon apercebem-se do poder que se esconde por trás dos olhos azuis daquela menina inocente. E assim começa um jogo cruel, de política e intriga, magia e traição, onde as armas são o ódio e o amor. E o preço pode ser terrível e inimaginável.

    O que dizer do inesquecível mundo que Anne Bishop nos apresentou?
    O meu interesse nas obras desta escritora começou, como sempre, quando andava a deambular numa livraria à procura de algo que me prendesse a atenção. Então surgiu um título, já de si sugestivo, Filha do Sangue, que veio seguido por uma capa cativante e uma sinopse electrizante. Foi então que decidi adicionar Anne Bishop à minha lista de desejos literários.
Não podia prever que, assim que começasse a ler aquele que seria o primeiro de muitos, ficasse totalmente encantada com o mundo e, principalmente, com as personagens que figuravam neste primeiro romance.
    O mundo que a autora criou destaca-se, não só pelo tipo de sociedade, mas também pela hierarquia que nele está presente. É-nos apresentada, através de uma escrita fluida e de fácil compreensão, uma sociedade matriarcal, onde a mulher é lei, mas simultaneamente uma sociedade dividida entre os bons e os maus costumes (por assim dizer). Existem aqueles, os poucos, que ainda prezam os valores antigos como a lealdade, a devoção e a entrega; por oposição existem aqueles que se deixaram corromper pelo poder, pela ambição e ganância desmedidas. De cativante nesta história há também a hierarquia de poder evidenciada através das jóias que cada personagem usa. Começando na jóia Branca, passando pela Amarela, Olho-de-Tigre, Rosa, Azul Celeste, Violácea, Opala, Verde, Azul-Safira, Vermelha, Cinzenta, Ébano-Acinzentada, chegamos à jóia Negra, o derradeiro poder na hierarquia das jóias. Mas aqui, contrariamente à crença popular, o negro, as trevas, palavras que associamos ao mal, ganham uma conotação positiva, de algo de bom.
    É no meio desta sociedade que conhecemos as personagens. Tomamos conhecimento do "triângulo" central deste maravilhoso enredo. Conhecemos Saetan SaDiablo, o mais poderoso ser do seu tempo, alguém com uma sabedoria e paciência imensas; estabelecemos contacto com os irmãos SaDiablo: o impetuoso e impulsivo Lucivar Yaslana e o poderoso e, de certo modo, calculista, Daemon Sadi - também conhecido como o Sádico - (há que admitir que os nomes são bastante sugestivos).
Finalmente é-nos apresentada a protagonista desta trilogia: Jaenelle Angeline. Conhecemo-la ainda criança, não ingénua, mas ainda um pouco inocente e apaixonamo-nos por esta criatura que vemos crescer com o passar dos livros. Ela é o centro do "triângulo", os sonhos tornados realidade, ela é precisamente o que a sociedade necessita para prosperar e mais não digo.
    Contudo, não são só as personagens principais que fazem desta autora uma das melhores da actualidade. As personagens secundárias, aquelas que ajudam os protagonistas e o desenrolar dos acontecimentos, personagens como Surreal, Karla, Kaelas, Colmilho Cinzento e todos os parentes, Andulvar e tantos outros que deixaram a sua marca são tão fulcrais como os protagonistas.
    O último tópico, por assim dizer, de que quero falar é da humanidade presente nas personagens. Temos, nesta história, personagens que se mostram tão fortes, tão seguros de si e que depois, perante determinadas situações vemos que afinal também têm pontos fracos, o que apenas as torna melhores, mais humanas. É exemplo disto o Daemon, uma pessoa que conhecemos capaz dos mais atrozes actos quando é tratado com a mesma gentileza e respeito que um animal de rua, que se mostra forte e arrogante em todo o seu esplendor e que, no entanto, mantém a esperança de servir alguém digno de toda a sua confiança, e se mostra fragilizado e enlouquecido quando confrontado com a suposta morte dos "Sonhos Tornados Realidade".
Temos personagens que sentem medo, esperança, desejos, frustrações, ciúmes e que amam incondicional e irrevogavelmente com todo o coração. Vemos laços familiares serem criados de forma simples mas inquebrável.
    É tudo isto e muito mais, são os momento emotivos e divertidos, os momentos de suspense e até mesmo as vilãs, Hekatah e Dorothea, que fazem com que o Mundo das Jóias Negras seja, sem sombra de dúvida, um dos melhores.

Bjs
Maff G.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A Brisa da Amizade

Qual o verdadeiro significado de uma palavra? É aquilo que vem escrito num dicionário? São as definições que nos aparecem quando tentamos definir algo com base no que alguém escreveu?
Eu acredito na existência de palavras que não podem ser quantificadas, medidas ou  totalmente descodificadas. Palavras cujo significado simplesmente não cabe na sua extensão. Palavras como a Amizade. Fala-se tanto deste vocábulo, existem tantas definições, e nenhuma delas exprime de forma completa o que ela pretende transmitir. Seriam precisas todas as definições e citações existentes e, ainda assim, o simbolismo, a importância deste conjunto de letras ficaria incompleto, aquém daquilo que representa. No entanto, muitos de nós entendem o seu significado, ainda que as palavras faltem na hora de o explicar. É aquilo que sentimos quando conhecemos um amigo(a), quando aprendemos a confiar nele(a), quando sabemos onde encontrar um porto de abrigo, seguro e confortável, mas que também está lá para nos acordar quando estamos fora de nós. É a saudade que sentimos quando alguém que conhecemos há tanto tempo já não pode estar connosco todos os dias. É sentirmo-nos à vontade para pegar no telefone e descarregar tudo o que estamos a sentir, desejar compartilhar com essas pessoas todos os momentos do nosso dia, bons e maus sem excluir uma vírgula. A amizade é amor, um amor que eu acredito não ter barreiras, sejam elas temporais ou espaciais. É amor sem a componente romântica que existe entre um casal. É carinho pelos outros.
Podia continuar esta enumeração de factos que nunca conseguiria exprimir com toda a veracidade a imensidão deste sentimento. Deixo aqui três pensamentos, cujos autores desconheço, que acredito serem verdadeiros e dos quais gosto muito:

"Só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos: conservar os velhos."
"Diz uma lenda chinesa que amizades verdadeiras são como árvores de raízes profundas: nenhuma tempestade consegue arrancar."
"Para conhecer os amigos,o ser humano precisa de passar pela abundância e pela escassez..Na abundância verificamos a quantidade e na escassez verificamos a qualidade."

Bjs
Maff G.